Por Francisca Cavaleiro, Luis Calafate, Vítor Silva, Célia Cruz, e Maria João Santos
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A Ilustração Científica (IC) é uma ferramenta fundamental no processo de Ensino-Aprendizagem das Ciências. Neste contexto, é usada de forma recorrente em diferentes disciplinas científicas, sob diversos formatos. Invariavelmente, o formato escolhido pelo ilustrador científico depende da função a ser assegurada, mais concretamente, da natureza da informação que interessa comunicar ao público-alvo. Na variante da IC bidimensional, são vários os formatos que figuram em materiais de apoio ao ensino, nomeadamente, manuais escolares, guias de apoio ao estudo, sites da Internet e outros recursos multimédia. A fotografia permite documentar a realidade conforme o olho humano a perceciona, respeitando diferentes contextos dos níveis macroscópico e microscópico, e motivos por vezes menos acessíveis/comuns. Contudo, esta modalidade discursiva nem sempre se revela como a mais adequada, nomeadamente quando interessa focalizar a atenção num determinado detalhe. De facto, interessa por vezes simplificar a realidade observada, o que implica, necessariamente, a eliminação do excesso de informação veiculada pela fotografia. É o que sucede, por exemplo, no caso da descrição de uma nova espécie ou de um determinado fenómeno. Acresce a isto o facto de, nalgumas situações, interessar reportar um conceito que, dada a sua natureza, exige o recurso à capacidade de abstração para ser devidamente e integralmente compreendido. Nesses casos, o desenho assume-se, geralmente, como uma opção mais adequada. Também recorrente nos materiais de apoio ao Ensino-Aprendizagem é a tabela, um instrumento de sistematização e sintetização de dados de natureza mais ou menos diversa. De facto, não raramente, os dados são numerosos, o que faz com que seja difícil estabelecer uma visão global e integrada acerca dos mesmos. A tabela permite obviar este problema de representação de informação estatística. O gráfico é a opção a considerar nos casos em que interessa representar a relação entre duas ou mais variáveis de uma forma simples, objetiva e imediata. Mapas geográficos e cartas topográficas/geológicas permitem posicionar os dados (coordenadas) num determinado contexto espacial, atribuindo-lhes assim, uma outra dimensão. Os esquemas permitem descrever processos e mecanismos por vezes complexos, sendo recorrentes em resumos gráficos, um formato que se tem vindo a generalizar no âmbito da publicitação de artigos científicos. Na variante da IC tridimensional, o modelo é um recurso didático recorrente, elaborado à escala, reduzido ou muito ampliado, em que se tira partido da manipulação enquanto mais-valia para o processo de aprendizagem. Mais recentemente, a realidade virtual e a realidade aumentada são outras ferramentas que permitem decompor a realidade em diversas componentes e fazer variar os diferentes níveis de complexidade. Trata-se de uma abordagem única e com uma interatividade com o utilizador sem precedentes. Independentemente do formato em causa, a IC tem como objetivo último promover a integração e a consolidação dos conhecimentos, fomentando o estabelecimento de relações plenas de significado entre conceitos mais ou menos abstratos, e assim promovendo ativamente a Educação para a Ciência. Em suma, a IC contribui para a criação de um ambiente de ensino enriquecido, facilitando uma aprendizagem por modelos e por visualização de acordo com o funcionamento do cérebro.