Saber trabalhar em grupo constitui, presentemente, uma competência basilar para participar na vida social de forma ativa e para uma melhor inserção num mercado de trabalho crescentemente competitivo. O Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, aprovado em 2017, identifica um conjunto de competências ao nível do relacionamento interpessoal que só é passível de ser desenvolvido desde que os professores organizem, individualmente e em articulação com outros colegas, atividades cooperativas de aprendizagem no decurso das quais os estudantes possam construir, integrar e aprender saberes em conjunto. A aprendizagem cooperativa constitui um modo de trabalho pedagógico no qual os alunos, organizados em pequenos grupos heterogéneos e com um determinado tipo de funcionamento, desenvolvem um projeto educativo em que, para terem êxito, necessitam de interagir de forma construtiva uns com os outros. Existem vários modelos de trabalho cooperativo, mas todos eles pressupõem sempre a existência de cinco componentes: interdependência positiva entre os membros do grupo, responsabilização individual, interação face a face, utilização de competências interpessoais adequadas e autoavaliação regular do funcionamento do grupo. Hoje encontra–se bem estabelecido, por via da investigação científica realizada nas últimas três décadas, que a aprendizagem cooperativa, quando corretamente utilizada, conduz a ganhos superiores ao nível da realização académica e do desenvolvimento de competências sociais por comparação com as abordagens tradicionais de natureza individualista e competitiva. Nesta conferência abordar-se-á a forma como a aprendizagem cooperativa poderá ser aplicada com alunos dos ensinos básico e secundário e os desafios que a sua utilização coloca a professores e alunos que devem ser devidamente tidos em conta no seu planeamento e implementação.