Por Clara Vasconcelos, Alexandre Valente e Joana Faria
Número máximo de inscrições: 35
São vários os estudos na área da Educação em Ciência que relevam a importância dos modelos científicos na ciência. O uso de modelos e o recurso a atividades de modelação são cruciais na produção e compreensão do conhecimento científico, sendo também cruciais no Ensino das Ciências (Danusso et al., 2010).
De acordo com o referido por Gilbert & Ireton (2003) é fundamental o recurso a diversos modelos na aprendizagem de conceitos complexos e no desenvolvimento de modelos mentais próximos do que é preconizado pela ciência escolar.
Partindo da clarificação do conceito de modelo científico, as suas classificações e aplicações, pretende-se que o Workshop apresente um conjunto de atividades de modelação que perspetivem uma melhor compreensão das potencialidades dos modelos no Ensino das Ciências, em particular no Ensino da Geologia e da Biologia.
Os insetos têm sido frequentemente utilizados como “sistemas modelo” em biologia, como por exemplo, moscas de fruta em genética e biologia do desenvolvimento, lagartas em estudos hormonais, moscas e gafanhotos na neurobiologia, entre outros. A sua utilização tem diversas vantagens, mas a justificação do seu uso relaciona-se, essencialmente, com a sua simplicidade, disponibilidade e facilidade de acesso.
Por outro lado, os modelos de falhas e dobras são comummente utilizados no Ensino da Geologia, no sentido de auxiliar os alunos a compreenderem conhecimento substantivo, processual e epistemológico, e a desenvolverem capacidades investigativas defendidas numa Perspetiva de Ensino orientado para a Investigação (inquiry-based learning).
Neste sentido, e como objetivo último de ilustrar possíveis aplicações em contexto de sala de aula, recorreremos a dois modelos de Geologia para o Ensino: modelo da formação de montanhas (Himalaias) e o modelo de falhas e dobras. No âmbito do Ensino da Biologia, os ciclos biológicos dos insetos serão ilustrados recorrendo a várias espécies cujo ciclo de vida é possível de seguir na íntegra em sala de aula, pois recorreremos a espécies cuja criação e manutenção é fácil, económica e não requer condições difíceis de encontrar nas escolas.